Desde os tempos mais remotos da humanidade o homem percebeu que poderia
utilizar os astros como técnicas de localização.
Nas expedições geográficas, as maneiras mais primitivas de orientação
usado com frequência pelos viajantes eram o Sol, Lua e Estrelas, através destes
conhecimentos e/ou técnicas permitiram grandes descobertas.
Com meio técnico cientifico informacional o aparato tecnológico
possibilitou técnicas modernas para o processo de observação. Na
contemporaneidade, mapas, bússolas, Sistema de Posicionamento Global (GPS) e
outros instrumentos facilitam o processo de orientação.
A observação da posição do Sol, possibilita que o educando tenha noções
básicas dos pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste e colaterais Nordeste,
Sudeste, Noroeste e Sudoeste.
A orientação é uma prática didática pedagógica que deve ser trabalhada
nas aulas de geografia com objetivos que transcende os muros da escola. Nessa
perspectiva Castrogiovanni 2002, P.41. Considera.
[...]
É fundamental considerarmos o Sol, além das estrelas e a bússola, como
instrumentos práticos e eficientes para a orientação. O descaso no que diz
respeito à utilização de tais instrumentos pode acarretar problemáticas
situações cotidianas como comprar uma passagem de ônibus ou de trem e viajar
todo o tempo do “lado do Sol”, construir uma casa com os quartos voltados para
a direção sul [...].
Na Escola Municipal Ensino Infantil
e Fundamental Cecilia Estolano Meireles, desenvolvemos em um período de quatro
encontros a oficina, intitulada 'Orientação
pelos Astros', ministrada na turma do 6º ano A pelos educandos bolsistas
do subprojeto de Geografia.
No primeiro encontro (imagem 01)
fizemos uma abordagem teórica e prática sobre os conceitos de lateralidade,
para que os discentes nas práxis educativas pudessem compreender noções do
espaço. É importante destacar que para o processo de orientação, é
indispensável que o discente compreenda
noções de lateralidade, pois só assim poderá construir referências aos astros,
como o Sol por exemplo, associando o sentido (Norte, Sul, Leste e Oeste) à sua
direita ou esquerda; outro ponto em que a lateralidade é necessária "...é
a visão do mapa em si, uma representação plana, geralmente vista de frente, em
que a questão da lateralidade se torna espelhada: à esquerda ou à direita de
quem observa o mapa é o contrário da lateralidade dos continentes." (CASTROGIOVANNI,
2012, p.43 apud TEIXEIRA &
CASTROGIOVANI 2014, P. 07).
Imagem 01: Abordagem teórica sobre os processos de
orientação e localização pelos astros
FONTE: PIBID, Subprojeto de Geografia, 2017.
No
segundo encontro, trabalhamos com os educandos a 'Rosa dos Ventos' elemento
simbólico indispensável da cartografia para os processos de orientação e
localização. Há construção de desenhos na lousa, foram técnicas importantes para
facilitar a compreensão dos conteúdos e fortalecer o processo de ensino e
aprendizagem. Enfatizamos a importância de conhecer os diversos elementos, bem
como os pontos Cardeais, Colaterais e Subcolaterais.
Imagem
02: Construção da
‘Rosa dos Ventos’
FONTE: PIBID, Subprojeto de Geografia, 2017.
Imagem
03: Descrição e análise da ‘Rosa dos Ventos’ nos
processos de localização e orientação.
FONTE: PIBID, Subprojeto de Geografia, 2017.
No terceiro encontro, os educandos tiveram uma aula prática no pátio da
escola sobre orientação pelos astros a partir do Sol, essa atividade foi
dinâmica e participativa, todos praticaram os conteúdos trabalhados em sala de
aula. Através da observação os alunos (as), perceberam a importância do
conhecimento acerca do movimento aparente do Sol, pois é por meio desse que
segue na orientação de projetos de arquitetura e também é importante para compreender
a definição dos dias e das noites.
Imagem 06: Aula prática na perspectiva da orientação pelos
astros
FONTE: PIBID, Subprojeto de Geografia, 2017.
No quarto e último encontro, fizemos uma abordagem geral dos conceitos
trabalhados nas aulas, foram feitos questionamentos e indagações sobre as
atividades realizadas, enfatizamos também a realidade dos educandos na
perspectiva do construtivismo crítico e reflexivo dos saberes prévios acerca da
temática.
Nessa perspectiva, analisamos que a oficina “Orientação pelos astros”
proporcionou momentos de intensos aprendizados sobre os processos de orientação
e localização, de forma didática sem necessidade de instrumentos tecnológicos. Os
educandos conheceram alternativas simples que poderia ser aplicado no espaço
geográfico, a partir dos astros que estão presentes no dia a dia de cada um.
CASTROGIOVANNI,
A. C.; COSTELLA, R. Z.. Brincar e
Cartografar com os diferentes mundos geográficos: A Alfabetização espacial.
2. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2006, p. 43.
TEIXEIRA,
C. C.; CASTROGIOVANNI, A. C. Orientação
e lateralidade: uma proposta à luz da epistemologia genética. In: ENCONTRO DE PRÁTICAS DE ENSINO DE
GEOGRAFIA DA REGIÃO SUL, 2., 2014, Florianópolis. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2014.
Disponível em: http://anaisenpegsul.páginas.ufsc.br
Acesso em: 12 de dezembro 2017.
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